Configurações de terreno no Revit é um painel “escondido” que oferece uma série de parâmetros de personalização do seu terreno, aprenda agora!
O Revit oferece uma série de ferramentas para a criação de um terreno, recursos esses já apresentados em outras publicações, que vou compartilhar o link logo abaixo:
Porém em alguns casos o resultado não fica exatamente conforme desejado, desta forma precisamos fazer alguns ajustes que podem ser realizados na janela Configurações de terreno.
Vamos aprender a acessar essa janela e realizar as configurações desejadas.
Configurações do terreno
Para acessar a janela configurações do terreno vá até a aba Massa e Terreno e no painel Modelar terreno localize o ícone de uma pequena seta no canto inferior direito.
Agora temos acesso a janela Configurações do terreno.
Aqui podemos realizar uma série de simples ajustes, então vou utilizar um terreno simples como exemplo.
Observe que na janela Configurações do terreno temos três campos: Exibição de curva de nível, Gráficos de corte e Dados da propriedade. Vou apresentar o que cada um destes campos controla.
Exibição de curva de nível
Para trabalhar com terrenos é muito importante que alguns termos técnicos fiquem claros para todos, então vamos do começo: o que é uma curva de nível?
Curvas de nível são linhas imaginárias que identificam diferentes alturas do relevo de um terreno, conectando todos os pontos que possuem exatamente a mesma altura.
Por exemplo, imagine um morro onde a cada 20 metros de altura passamos uma “faca” efetuando um corte horizontal.
Em uma visualização em planta, conseguimos visualizar onde os cortes foram realizados, desta forma podemos compreender as diferentes alturas de um terreno mesmo em uma representação em 2D.
Cada um dessas linhas representa uma curva de nível com uma altura específica do terreno, com isso sabemos onde temos os aclives ou declives do terreno.
No terreno que usei como exemplo, o mesmo foi subdividido em curvas de nível a cada 1 metro.
Um outro aspecto a ser observado são os tipos de curvas de nível, onde podemos classificá-las como curva de nível mestra e curva de nível intermediária ou secundária.
A curva de nível mestra costuma ser representada por uma linha mais grossa e com o valor numérico expresso no meio da linha. As curvas de nível intermediárias são representadas por linhas mais finas e sem o valor numérico.
É muito comum que um levantamento topográfico gere apenas as curvas mestras, onde as curvas intermediárias são “interpoladas”, isto é, são geradas matematicamente. Desta forma é comum usarem o termo curvas interpoladas para as curvas intermediárias.
Mas onde que eu controlo isso? Uma vez que eu apenas gerei o terreno e não fiz nenhuma configuração do mesmo? Simples, esses parâmetros são gerenciados na janela Configurações do terreno no campo Exibição de curva de nível.
Aqui temos um pequeno problema de interpretação. O controle dos intervalos entre as curvas de nível é gerenciado pelo campo Em intervalos de. porém, observe que o mesmo esta indicando que o intervalo entre curvas é de 5 metros, porém no terreno vemos que o intervalo é de 1 metro.
Isso acontece porque temos uma configuração ativada no campo Curvas adicionais. Infelizmente não é possível “desligar” esta opção, então eu vou selecionar esta opção e excluir. Ao clicar em aplicar imediatamente a exibição do terreno é atualizada para intervalos de 5 metros.
O campo curva adicionais, que vou explicar mais adiante, sobrepõe as configurações realizadas no campo Em intervalos de, desta forma, se você quiser definir apenas o intervalo entre curvas de nível, remova qualquer configuração personalizada.
O campo Passando através da elevação controla a partir de que ponto as curvas de nível se iniciam. Por exemplo, ao inserir Em intervalos de: 1,00 e no campo Passando através da elevação: 0,50, o Revit irá iniciar as curvas de nível em 0,50 e a cada 1,00 metro (0,50; 1,50; 2,50; 3,50; etc.).
Detalhe importante. Mesmo o campo Passando através da elevação aceite valores superiores a 1,00, ele sempre irá considerar os valores “decimais”, isto é, se você colocar, por exemplo, 3,30, ele vai considerar 0,30.
Um aspecto importante aqui é que as configurações realizadas nos campos Em intervalos de e em Passando através da elevação são aplicadas a todo o terreno, porém, pode ser que você precise que parte do terreno faça uma exibição “diferente”, com mais ou menos curvas de nível.
Para estes casos podemos personalizar através do campo Curvas adicionais.
Curvas adicionais
O campo Curvas adicionais, permite criar regras para a personalização da exibição de todas as curvas de nível ou um intervalo de curvas de nível específico.
Observe que temos algumas colunas onde cada uma delas controla um aspecto, desta forma temos:
- Início – onde as curvas adicionais serão iniciadas.
- Parar – onde as curvas adicionais serão finalizadas.
- Incremento – qual o intervalo entre cada curva adicional.
- Tipo de faixa – aqui temos duas opções:
- Valor único – insere uma curva interpolada adicional para cada nível.
- Valores múltiplos – insere múltiplas curvas de nível.
- Subcategoria – define o tipo de curva de nível que será exibido (para cada tipo temos um padrão de linha e espessura, inclusive é possível criar linhas personalizadas),
Vendo uma lista de opções pode parecer confuso, mas com alguns exemplos passa a ser mais fácil de entender.
Se você quiser um incremento a cada 0,50m, o primeiro passo é alterar o campo tipo de faixa para Valores múltiplos. Em seguida podemos preencher o campo Incremento com o valor de 0,50m.
A curva de nível intermediária foi adicionada em toda a extensão do terreno, mas você pode definir um intervalo específico. Por exemplo, você pode criar curvas intermediárias que aconteçam apenas entre as curvas de nível 4,00 e 5,00, com um intervalo de 0,25m.
Para isso basta preencher os campos Início com o valor 4,00m e o Parar com 5,00m. Além de obviamente colocar o valor de 0,25m no campo Incremento.
Você não precisa criar um único padrão de curvas adicionais, sendo possível adicionar quantos padrões você quiser. vou criar uma curva intermediária de 0,50m e também quero curvas de 0,25m entre as curvas 4,00 e 5,00.
Observe que para diferenciar as curvas, no segundo padrão de curvas adicionais alterei a Subcategoria para Linhas ocultas, de forma que as curvas entre os níveis 4,00 e 5,00 ficaram tracejadas.
Um detalhe importante é que as curvas adicionais que forem geradas no terreno também serão exibidas na vista 3D.
Gráfico de corte
Terrenos são elementos complexos, portanto precisamos utilizar o máximo possível de representações gráficas para representá-lo, seja com vistas 3D, plantas e principalmente cortes.
Em uma vista 3D, você percebe que o terreno é apenas uma “casca”, sendo uma representação simples da superfície do terreno.
Um “truque” para que o terreno seja exibido de uma forma mais interessante é usar a Caixa de seleção, que ao “cortar” o terreno o mesmo é exibido como um volume de terra.
Não conhece a ferramenta Caixa de seleção? Vou deixar o link para um artigo completo.
Isso resolve para vistas 3D, mas para vistas em corte temos um pequeno problema. O terreno é representado corretamente, como um volume de terra, porém a profundidade do terreno se limita a 3,00m abaixo da cota 0,00.
Outro detalhe é que não temos acesso ao material utilizado na faixa de terra. Todos estes problemas são resolvidos na janela Configurações do terreno, mais precisamente no campo Gráficos de corte.
No campo Material do corte é possível personalizar o tipo de material que será aplicado ao terreno, seja na representação 2D como na representação de renderização. Basta clicar nos “três pontinhos”.
Clicando nos três pontinhos você terá acesso a janela Navegador de materiais onde você pode personalizar ou criar um novo material para o volume de terra do seu terreno.
Não vou fazer grandes alterações, vou apenas alterar o tom de marrom da cor do volume de terra.
Com isso deixei mais nítida o padrão de hachuras do terreno.
Já no campo Elevação de base Poche, podemos controlar a profundidade do volume sólido do terreno.
Observe que os valores devem ser negativos para aumentar a profundidade, uma vez que é a distância da cota 0,00.
Sobre o nome “poche”, o mesmo é usado em inglês mas vem na verdade do francês e seria “poché”, que é um termo arquitetônico utilizado para representar áreas sólidas de um desenho, como paredes, colunas e, neste caso, terrenos.
Não precisa ser necessariamente um preenchimento sólido, uma vez que o mais comum é a utilização de padrões de hachura.
Dados de propriedade
Em Dados de propriedade temos alguns pequenos ajustes nos campos Exibição do ângulo e Unidades.
Os ajustes realizados aqui impactam na exibição dos valores representados por anotações de Linha de divisa.
Não sabe utilizar a ferramenta Linha de divisa? Vou deixar o link para uma publicação completa sobre a ferramenta.
Basicamente as opções de Dados de propriedade se resumem em:
- Exibição do ângulo – Especifica a exibição de valores angulares em identificadores de linha de divisa, onde temos as opções: Graus (360) ou Graus N/S.
- Unidades – se os valores serão expressos em Graus, minutos e segundos ou Graus decimais.
CONCLUSÃO
Configurações do terreno oferecem recursos simples mas muito importantes na etapa de personalização das informações do seu terreno, oferecendo uma maior clareza dos dados apresentados no seu projeto.
Tem alguma dúvida sobre como usar as configurações do terreno ou alguma outra sugestão? Compartilhe sua dúvida, ela pode virar uma publicação exclusiva!
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