Guia Básico Materiais – Revit

Este guia básico de materiais vai apresentar para você o que são os materiais dentro do Revit, suas características e como eles impactam no seu projeto, não se resumindo apenas a estética do render! Aprenda agora!

GUIA BÁSICO DE MATERIAIS

Todo mundo gosta daquele material que fica bem bonito no projeto, e quando temos uma renderização? Nem se fala! Mas os materiais dentro do Revit não se resumem apenas a renderização. Temos um leque bem amplo de características e informações do material real e entender isso é muito importante.

É muito comum você acessar o painel de materiais dentro de uma família, tanto dentro do Editar Tipo ou mesmo diretamente no painel de Propriedades. Mas o painel de materiais pode ser acessado diretamente. Para isso você deve ir até a aba Gerenciar, painel Configurações e clicar em Materiais.

Agora você está na janela Navegador de materiais. Esta é a sua aparência quando você o acessa pela primeira vez.

Nesta aba é possível visualizar todos os materiais disponíveis para serem utilizados no projeto atual. Para que seja possível visualizar as suas propriedades você deve ir no canto inferior direito e clicar no botão para expandir.

Agora você tem acesso tanto aos materiais como as suas respectivas propriedades.

Você pode mudar a forma como os materiais são exibidos, utilizando miniaturas para ter uma melhor ideia do aspecto visual de cada material.

Quer aprender a configurar seu navegador de materiais para ficar com essa forma de exibição? Veja a publicação que fiz explicando o processo clicando no link abaixo:

EXPANDIR NAVEGADOR DE MATERIAIS

Além dos materiais já disponíveis você pode acessar a biblioteca, que oferece um imenso leque de materiais prontos. No canto superior localize o ícone biblioteca para que sua aba seja exibida.

O painel esquerdo agora está dividido. Temos na parte superior os materiais já disponíveis para o seu projeto atual e na parte inferior a biblioteca de materiais.

Na biblioteca temos uma série de materiais organizados por categorias. Ao clicar na categoria desejada os materiais correspondentes são exibidos.

Lembre-se, estes materiais estão na biblioteca, e não no seu projeto.

Mas como eu coloco eles no meu projeto?

Simples. Passe o mouse sobre o material desejado. Observe que dois ícones irão aparecer logo abaixo do material.

Ambos os botões adicionam o material ao seu projeto. A diferença é que o da esquerda apenas adiciona e o da direita adiciona e exibe suas propriedades no painel de recursos (a direita), caso você precise fazer alguma alteração/personalização.

Basta clicar no material desejado que ele imediatamente é disponibilizado no campo de materiais do projeto.

Observe que ele não some da biblioteca, isso permite que ele possa ser adicionado a outros arquivos. Vamos olhar melhor o painel a direita, onde controlamos e editamos os recursos de cada material. Estes recursos são organizados em abas sendo que cada uma delas corresponde a um recurso específico.

Cada um desses recursos controlam determinadas características ou mesmo o comportamento de um material. Cada material pode ter até cinco recursos, sendo um de cada tipo, não é possível repetir um recurso em um mesmo material. Na próxima página vamos entender o que temos em cada aba de recursos.

IDENTIDADE

Na aba Identidade você tem informações gerais sobre o material. Esta aba não sofre muitas alterações em seus campos, por mais diferentes que possam ser o materiais que você selecionar.

Apesar de muita gente não dar muita importância para esta aba de requisitos ela é a principal fonte de informações sobre o respectivo material, que serão de suma importância quando você for gerar tabelas de quantitativos de materiais do seu projeto.

Obviamente começamos com o campo no Nome do material. Perceba aqui que o campo é editável, sendo possível alterar o nome caso você julgue necessário.  Logo abaixo temos o campo Informações descritivas que nada mais são do que os dados mais básicos do material, a começar pela descrição.

Mas se já dei um nome pra que uma descrição?

A descrição complementa o nome. Também poupa de você criar um nome gigantesco e deixar sua tabela de materiais uma bagunça. Outro ponto é que ao inserir um Identificador (Tag) é no campo Descrição que o identificador pega a informação.

Em seguida temos o campo Classe. Observe que não é possível escrever no campo e sim escolher uma das classes disponíveis.

Todo material deve pertencer a uma classe, isso facilita inclusive a organização dos materiais. Para conferir basta ir à biblioteca de materiais e conferir como todos os materiais estão organizados por classes.

No campo informações do produto você pode especificar os seguintes itens:

• Modelo – Dados como modelo, código, especificação técnica são inserida aqui.
• Fabricante – Quem fabrica/fornece este produto.
• Custo – qual o valor deste material.
• URL – Link direto para o site ou página do produto.

Aqui cabem alguns comentários. Nem todos materiais precisam de toda essa informação. Pense no seguinte, você tem uma cadeira com parafusos cromados, qual a vantagem de saber o modelo ou fabricante do parafuso? Neste caso a informação que você precisa é o custo da cadeira e que ela tenha as características (cores e acabamentos) corretos.

Custo é um campo delicado. Digo isso porque ou você matem valores atualizados ou é melhor nem preencher este campo. Pense que se você está fazendo um projeto no Revit hoje ele poderá ser executado daqui 1 ano ou mais e provavelmente estes valores estarão desatualizados. Outra situação é ficar colocando valores em itens desnecessários, que não serão contabilizados os custos como metal dos parafusos, por exemplo. Em resumo, tome cuidado.

O campo URL é um campo extremamente útil. Você pode colocar um link para o site ou página do produto. O mais interessante é que o link é funcional. Se você clicar nos “três pontinhos” o navegador do seu computador é ativado e abre exatamente a página que você inseriu no link, permitindo conferir o produto e maiores informações.

Informações de anotação do Revit permite que você crie uma informação de Nota-chave ou utilize esta informação a partir de uma tabela existente.

Não vou me estender neste tema porque renderia uma publicação inteira, mas você também deve tomar cuidado aqui. Porque temos a nota chave do material e a nota-chave da família. Como este material será aplicado a um objeto que pertence a uma família você poderá fazer confusão se a explicação for muito superficial.

GRÁFICOS

A aba gráficos, junto com a aba Aparência são as mais visitadas, e por este mesmo motivo causam muita confusão com profissionais iniciantes. Esta aba controla como o material será exibido nas vistas do seu projeto, dentro dos estilos visuais Linha oculta, sombreado ou cores consistentes.

Na aba Gráficos temos a grosso modo três campos sendo o Sombreamento, Padrão de superfície e  Padrão de corte.

O campo Sombreamento faz um “link” com a aba Aparência. Como a aba aparência cuida do aspecto realista do material a aba gráficos cuida do aspecto técnico. Então no campo Sombreamento você pode definir uma cor básica para representar o aspecto real do material ou pode marcar a caixa Utilizar aparência de renderização.

Marcando a caixa Utilizar aparência de renderização faz com que o próprio Revit escolha uma cor o mais parecida possível com o material real.

E esse campo de transparência?

Particularmente recomendo não mexer a menos que seu material tenha algum grau de transparência. Ele cria um efeito de transparência no material que fica mais fácil de visualizar no 3D. Tome cuidado que ao inserir um valor de transparência a cor do material fica mais esmaecida (clara).

Em Padrão de superfície controlamos como este material será visualizado de acordo com a vista.

No campo Primeiro plano você pode escolher um padrão de hachura que melhor represente o material. É possível escolher um padrão existente, criar um novo padrão e até mesmo importar um padrão do AutoCAD. Também temos o campo Cor para definir a cor mais adequada para o seu respectivo material.

Em alinhamento você pode determinar o posicionamento da hachura em relação a imagem da textura. Imagine que você tem um piso cerâmico. Seria interessante se a hachura estivesse corretamente alinhada em relação a imagem que você esta utilizando na aba de Aparência.

Por fim temos o campo Plano de fundo. Ele foi acrescentado a partir da versão 2019, permitindo que ao invés de você se limitar ao fundo branco e um padrão de hachura você possa fazer um preenchimento colorido no fundo.

Na verdade você pode inserir uma hachura de outra cor no fundo, mas eu costumo usar um padrão preenchido com uma cor, o resultado costuma ser melhor.

Chegamos ao campo Padrão de corte. Aqui temos basicamente as mesmas opções disponíveis em Primeiro plano a diferença é que o que for configurado aqui só será visualizado em vistas que efetuem cortes, por exemplo Nível 1 (que é uma planta baixa, definida com um corte perpendicular ao piso de 1,50m), cortes e caixas de corte.

Na próxima página, vamos aprender sobre a aba favorita da galera “Render 100% Revit”, os recursos de Aparência.

APARÊNCIA

Apesar de não ser o propósito do programa, o Revit oferece ótimas opções de materiais realistas para inserirmos em nossos projetos. Na aba aparência controlamos os recursos visuais que serão exibidos nos modos de exibição Realista, Ray trace e nas renderizações.

Na aba Aparência os campos são diretamente relacionados aos tipos de materiais, ou seja, para cada material temos um conjunto de campos específicos. De acordo com a complexidade do material podemos ter mais ou menos campos, fora que os campos são bem diferentes.

No exemplo vou utilizar um material genérico, que desta forma consigo apresentar praticamente todos os campos disponíveis.

Já de cara temos uma forma geométrica para representar as características visuais do material. Você consegue alterar esta forma, clicando no ícone no canto inferior direito da figura e selecionando a opção Cena.

Existem diversas formas, cada uma pode ser utilizada para melhor exibir as características do material que esta sendo criado/editado. Logo abaixo temos os campos, que lembrando, podem variar de acordo com o tipo de material.

Já na opção ambiente você pode controlar o tipo de luminosidade que é aplicada na geometria. Lembre-se que seu projeto terá diferentes tipos de iluminação, como dia, tarde, noite, nublado, interna, artificial, etc.

E em configurações de renderização você controla a qualidade do “render” aplicado a geometria de amostra. Temos apenas duas opções sendo qualidade rascunho e qualidade apresentação. A opção rascunho já atende bem, pois a qualidade Apresentação vai testar a potência do processamento gráfico do seu computador (ou sua paciência).

Também é possível ampliar o tamanho da amostra. Para isso basta posicionar o mouse na parte inferior da imagem, manter o botão do mouse pressionado e puxar.

Agora temos todos os demais campos de configurações de aparência do seu material. Vou fazer um resumo rápido e em outra publicação trabalharemos com mais detalhes e dicas de configuração.

Informações – Dados básicos da aparência do material como Nome, descrição e palavra-chave.

Importante! As informações adicionadas no campo nome não alteram o nome do material! Você deve clicar com o botão direito sobre o material e selecionar Renomear!

Genérico – Aqui você define a cor (ou mapa de textura) do material, que nada mais é do que a “cara” que o material vai ter.

Reflexibilidade – Controla os padrões de reflexão do material.

Transparência – Permite adicionar transparência total ou parcial do material, ideal para vidros, líquidos e qualquer outro material que contenha transparência.

Recortes – Com a imagem adequada você pode recortar o mapa (textura) aplicado no canal Genérico.

Autoiluminação – Se o objeto for uma fonte de luz (por exemplo, uma lâmpada) você pode simular a iluminação do objeto.

Relevo – Permite criar ou usar um padrão de relevo pré-configurado no material.

Matiz – Funciona como se você acrescentasse uma tinta de outra cor (ou da mesma) sobre o material, o que geralmente faz com que o material altere sua cor para um tom mais escuro.

Pronto! Aqui foram os principais, mas se você der uma fuçada vai perceber que podem ter campos bem diferentes de acordo com cada tipo de material.

FÍSICO E TÉRMICO

Maravilhoso para alguns, complexo e confuso para outros. As propriedades disponíveis na aba Físico são destinadas a análise estrutural e variam (obviamente) em função do tipo de material que você seleciona.

Novamente caímos em um lugar que devemos tomar cuidado por uma série de fatores. Se não sabe o que colocar nos campos, melhor não “chutar” nenhum valor. Os dados contidos nesta aba de recursos podem fazer parte de um modelo analítico e é crucial que sejam dados reais e consistentes. Outro aspecto é que nem sempre os dados contidos aqui serão utilizados.

Acho que você não vai precisar analisar o módulo de cisalhamento do parafuso que prende o pé de uma cadeira. Fora que estes estudos ficam a cargo do fabricante do produto.

Quando olhamos a aba Térmico, temos outro “mundo” de dados. Essas informações são destinadas a análise energética e novamente varia bastante de um material para outro.

CONCLUSÃO

Mesmo tentando resumir ao máximo a publicação ficou enorme! E olha que aqui foi só a apresentação do painel de materiais. Ainda vou explicar como criar materiais, configurar, personalizar e adicionar ou trocar as abas de recursos.

Mas é importante que você entenda o mínimo necessário de um material antes de sair criando seus próprios materiais, afinal não estamos fazendo “maquetes” e sim uma simulação da sua edificação da maneira mais completa possível, logo não se trata apenas de estética e sim de dados, dados reais e consistentes!

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